Mal me Queres Azuis

A boca cheia de bolachas...

28 de junho de 2006

Saudades













"Poderia estar com amigas, poderia estar num sítio como Pisa, por exemplo...Sentir-me-ia igualmente só. Desde que nasceu esta coisa que me leva a ti, que me leva a querer-te a cada instante, deixei de gostar de me sentir só. Sinto que perco algo - um beijo que seja- a cada segundo. Deixei de querer ser apenas eu. Confuso?"

Descanso


Os últimos dias foram terríveis! Gostava que a Sra. Ministra e alguns pais que gostam de dizer mal dos professores sem saberem do que estão a falar , visitassem as escolas nesta altura do ano lectivo. Depois de um ano inteiro a trabalhar no sentido de optimizar as aprendizagens dos alunos, a tentar que todos consigam superar as dificuldades que apresentam, muitas vezes a "aturar" faltas de respeito, chegamos ao fim do ano e a burocracia é irreal. A quantidade de trabalho que os professores, em particular os Directores de Turma têm é imensa. Com reuniões infindáveis em que é necessário registar os níveis de cada aluno, analisar as dificuldades apresentadas, avaliar os planos de recuperação e de acompanhamento, elaborar novos planos de acompanhamento, realizar relatórios analíticos, relatórios de competências não adquiridas, definir estratégias de encaminhamento, relatórios de áreas curriculares não disciplinares, relatórios de descidas de níveis, enfim, completamente surreal, a quantidade de papelada que se preenche para alunos que, por vezes, não comparecem a uma aula durante o ano inteiro, para alunos que se desinteressaram completamente da escola, que não atingiram as competências essenciais...Acontece de tudo um pouco nas nossas escolas. Quando as reuniões terminam e toda esta papelada entregue a quem de direito, temos os relatórios de Direcção de Turma, os processos individuais dos meninos para preparar, as matrículas para fazer, os dossiers para arrumar, os inventários, etc,etc,etc.
Quando oiço dizer que os professores trabalham pouco, tenho vontade de rir ou melhor de "bater" em quem diz uma coisa destas, realmente desconhecem o dia-a-dia das escolas portuguesas. Estou de rastos!
Ainda por cima sem estares por perto, que difícil foi!

26 de junho de 2006

X Arraial Pride


Confesso que foi a 1ª vez que fui. Quando a I me perguntou se gostaria de ir, imediatamente a minha resposte foi sim, claro que sim. Não sei o que esperava mas depois de ter visto algumas reportagens sobre este tipo de eventos noutros países, acreditava que em Portugal pudesse acontecer qualquer coisa semelhante. Muita gente, alegria, barulho, diversidade, era o que esperava na minha primeira participação no X Arraial Pride. Que desilusão! Assim que chegámos, já atrasadas (claro!), pensámos já ter terminado, tal era a calma que existia por ali. Tal não foi o nosso espanto quando percebemos que as "poucas" pessoas que por ali se encontravam com algumas faixas, alguns carros, estavam efectivamente a lutar por todos nós.
Algumas das coisas que me passaram pela cabeça: como é possível que tenhamos de estar aqui a lutar por direitos que deviam ser naturais e legítimos num estado que se diz democrático e liberal?; como é possível que milhares de pessoas venham para as ruas gritar por um conjunto de jogadores que estão a ganhar uma pipa de massa por jogarem futebol e não se deem ao trabalho(por medo, por vergonha, por preguiça, seja o que for) de "perderem" umas horas do seu dia a lutarem pelos seus direitos, pelo direito de amarem livremente.
Confesso que os primeiros metros foram percorridos lateralmente, pelo passeio, por receio que alguém me visse e me reconhecesse. No entanto, depois de ver toda aquela "pouca" gente a gritar por nós, a lutar por todos nós, quer eu quer a I, naturalmente nos juntámos a eles e demos as mãos no nosso (pequeno) contributo a essa luta que todos deveríamos travar, a luta por podermos amar livremente. Faço parte do conjunto de pessoas que acreditam que um dia será possível.

18 de junho de 2006

Boa viagem!

Aqui está o manjerico que te prometi, MINHA I

E por vezes

E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes


encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes
ah por vezes num segundo se envolam tantos anos
.


As próximas 4 noites vão parecer meses...

David Mourão-Ferreira, E por vezes

17 de junho de 2006

Vício!!


A I ofereceu-me a mana mais clara da nova PSP! É fantástica,não existem palavras que a possam descrever e qualquer um que "lhe ponha as mãos em cima"jamais a quererá largar. A qualidade de som e imagem, aliadas à possibilidade de a poder utilizar em qualquer lado fazem-na o melhor brinquedo jamais inventado. O jogo que escolhi, é viciante, pela facilidade com que se joga, pela qualidade, pelo divertimento que proporciona, enfim, a única dificuldade que se apresenta é colocá-lo de lado. Atrever-me-ia a dizer que o vício não é só meu.

OBRIGADA MINHA I!

16 de junho de 2006

Roudnice nad Labem

O hotel onde ficámos na Republica Checa estava situado ao lado do que parece ser o cartório ou o registo da vila, então, a manhã foi passada com uma quantidade assinalavel de casamentos.
Assim que os noivos deixam o local no seu carro, logo em sentido contrário, as ruidosas buzinas marcam a chegada do próximo casal prestes a "dar o nó". Quando chegava do passeio matinal, aproximei-me para ver um carro estacionado à porta dos referidos serviços. Marca "Skoda", muito antigo, "cabriolet", azul claro, em que os passageiros eram um casal acabadinho de casar. Ambos com idades aproximadas dos 60 anos, com um ar felicíssimo, de sorrisos estampados nos rostos, lá foram a buzinar por ali fora, a anunciar a toda a gente a descoberta e oficialização do seu amor. Tirei uma foto que registou o momento.
Espero, um dia, muito em breve, poder fazer o mesmo que eles. Por agora felicito-os e desejo-lhes tudo o que desejo para mim.

1 de junho de 2006

Tanti auguri a te....

Parabéns, meu amor.
"A mulher amada é como o lago dormindo no cerro perdido.
Mas quem é essa misteriosa que é como um círio crepitando no peito?
Essa que tem olhos, lábios e dedos dentro da forma inexistente?"


Vinicius de Moraes, in Poesia completa e prosa: A saudade do cotidiano